sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Internacional na Final da Libertadores.



Com a classificação à decisão da Copa Libertadores da América e a presença assegurada em mais uma edição do Mundial de Clubes da Fifa, no fim do ano, em Abu Dhabi (Emirados Árabes), o Internacional justificou o nome e consolidou sua supremacia entre os times brasileiros como a equipe com o melhor retrospecto recente em competições internacionais.


A derrota por 2 a 1 para o São Paulo no Morumbi, que levou o time gaúcho à final da Libertadores diante do Chivas Guadalajara, do México, graças ao triunfo por 1 a 0 sobre os paulistas no Beira-Rio, na última semana, conduz a equipe comandada pelo técnico Celso Roth à segunda disputa do Mundial de Clubes nos últimos cinco anos.

Isso acontece porque o Chivas, na verdade, é representante da Concacaf (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe), e não da Conmebol, e não pode participar do torneio intercontinental mesmo se conquistar o título da Libertadores. Nesse caso, o vice-campeão vai ao Mundial.

Em 2006, o Internacional teve o ano mais vitorioso de sua história ao conquistar os títulos sul-americano e mundial. Na ocasião, comandado pelo técnico Abel Braga, o time colorado derrotou justamente o São Paulo na final da Libertadores e, no fim do ano, despachou o poderoso Barcelona no Japão. Apenas cinco anos depois, o Inter volta a uma disputa intercontinental.


Este é o melhor retrospecto de uma equipe brasileira internacionalmente desde o São Paulo de Telê Santana no início dos anos 1990. A equipe paulista foi bicampeã da Libertadores e bicampeã mundial em 1992 e 1993, além do vice continental em 1994. Depois disso, nenhum time do país que chegou a levantar o troféu sul-americano e disputar o Mundial repetiu a façanha nos anos seguintes.

O Grêmio ganhou a Libertadores em 1995 e perdeu o título mundial para o Ajax; o Cruzeiro faturou o troféu em 1997, mas caiu no Mundial diante do Borussia Dortmund; o Vasco, em 1998, conquistou a Libertadores e foi batido pelo Real Madrid no Japão; o Palmeiras, em 1999, campeão da América, foi superado pelo Manchester United; e o São Paulo, campeão continental e do mundo em 2005, não retornou à disputa mundial (teve a chance em 2006, mas o Inter levou a melhor na decisão da Libertadores). Na primeira edição do Mundial de Clubes chancelada pela Fifa, em 2000, Corinthians e Vasco fizeram uma final brasileira no Maracanã, e o time paulista ergueu a taça. Mas nenhuma das duas equipes voltou a brigar pelo troféu intercontinental desde então.

As façanhas tiveram comandantes diferentes no banco de reservas, mas o poder de fogo do Inter dentro de campo nos torneios continentais se manteve inabalável. Em 2006, Abel Braga entrou para a história do clube como o treinador campeão da Libertadores e do mundo. Em 2007, foi a vez de Alexandre Gallo comandar a equipe diante do Pachuca, do México, e ficar com o título da Recopa. No ano seguinte, Tite foi o técnico do time na decisão da Sul-Americana contra o Estudiantes, da Argentina, que seria campeão da Libertadores em 2009.


Em 2010, o trabalho começou com o uruguaio Jorge Fossati, demitido no fim de maio mesmo tendo classificado o time para as semifinais da Libertadores. Sua passagem pelo Beira-Rio foi marcada pelo descontentamento de grande parte da torcida e da diretoria, principalmente por conta da má campanha que a equipe fazia no início do Brasileirão e pela perda do Campeonato Gaúcho para o rival Grêmio. Veio, então, Celso Roth, já veterano no clube, e a vaga na decisão continental.

Além de se firmar como o time brasileiro com melhor retrospecto internacional desde o São Paulo de 1992 e 1993, o Internacional pós-2006 também ostenta troféus de todos os principais campeonatos do continente. Antes chamado de clube “regional” por seu maior rival, o Grêmio, o Inter ganhou o apelido de “campeão de tudo” após os títulos da Libertadores e do Mundial (2006), da Recopa Sul-Americana (2007) e da Copa Sul-Americana (2008). Só em 2009 o clube do Beira-Rio passou em branco, tendo de se “contentar” com o vice-campeonato da Copa do Brasil e do Brasileirão e com o título gaúcho.


No Final do Jogo Roth, alfinetou o Grêmio e até o técnico do São Paulo, Ricardo Gomes.
Foi uma noite para Celso Roth resgatar o passado. Tão criticado ao longo de 13 anos de vida no comando de clubes grandes, tão contestado pela ausência de títulos expressivos na carreira, o treinador do Inter não fez a menor questão de manter a diplomacia habitual. Encerrado o jogo contra o São Paulo, com a certeza da classificação para a final da Libertadores, ele parou diante da torcida colorada, ergueu os braços e, como ele mesmo disse, desabafou. Foi ovacionado por torcedores que, há um ano, o ridicularizavam. Em seguida, Roth não controlou as palavras.

Celso Roth treinava o rival colorado no ano passado. Estava em meio à Libertadores quando foi demitido justamente pela sequência de derrotas para o Inter no Campeonato Gaúcho. Na madrugada desta sexta-feira, questionado sobre o fato, ele não deixou mole para o Grêmio.


- Sobre ter passado por um clube, montado todo o trabalho e depois, por razões que vocês conhecem, sair, Deus escreve certo por linhas tortas, infelizmente para o lado que me demitiu, felizmente para o torcedor colorado. A vida é assim, a fila anda, e quem perdeu a oportunidade, perdeu – disse Roth.

O treinador também questionou um comentário que disse ter ouvido de Ricardo Gomes, técnico do São Paulo, sobre o estilo de jogo do Inter.

- O Inter jogou sempre com muito equilíbrio, e o São Paulo na base da força. O Ricardo disse que o Inter é um time pesado. Pesado é o São Paulo, que jogou com gente grande para deixar a segunda bola perto do nosso gol – afirmou o comandante colorado.

O jogo contra o São Paulo foi a primeira derrota de Roth no Inter. Antes, em seis jogos, ele somou cinco vitórias e um empate.

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