segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Resumo da 27º Rodada do Brasileirão.

Rodada #27: trio da frente empaca em sábado de empates frustrantes


Flu, Corinthians e Cruzeiro decepcionam; gaúchos avançam e, na zona do rebaixamento, Atlético-MG de Dorival Junior mostra, enfim, poder de reação

 Sábado, sempre dia de muita expectativa - ainda mais quando é véspera de eleição presidencial. Aí não tem erro, é matemático: onde rola muita ansiedade, sempre sobra frustração. Só quatro times venceram - e um deles, o Galo, não está em situação de comemorar, pois segue, aflitíssimo, em antepenúltimo lugar. Para a maioria das torcidas, vale a pergunta: foi ruim para você também? Foi, principalmente para a turma de cima da classificação do Campeonato Brasileiro. Fluminense, Corinthians e Cruzeiro empataram e  ficaram onde já estavam, desperdiçando chances preciosas. Será que em 2010 teremos uma reprise do fenômeno de 2009, o "deixa-que-eu-deixo" no pelotão de cima? Aquela coisa de os principais candidatos saírem entregando, um a um, sucessivamente, as oportunidades de se distanciar dos rivais na luta pelo título...

Novamente regido por Conca, o Fluminense foi visitar o Grêmio Prudente, lanterna, teoricamente um anfitrião que não causaria problemas. O líder saiu na frente e teve boas, ótimas chances de matar o jogo: mas Rodriguinho, que fez um golaço, perdeu duas bolas fáceis cara a cara. O Tricolor passou uma horinha feliz, enxergando-se seis pontos à frente do Corinthians, que amargou 66 minutos em desvantagem contra o Ceará. Aí o lanterninha acendeu, e veio o gol de Willian, aos 27 do segundo tempo. Como não há nada ruim que não possa piorar, o goleiro Rafael ainda precisou se esticar para garantir ao empate, aos 46. Se esse foi o joguinho traiçoeiro que Muricy antevira, o que dizer do desafio de quarta, no Engenhão, contra o Santos?


Apesar da tarde seca no sábado da terra da garoa, o cabo de guarda-chuva também foi servido para 28 mil torcedores que se aventuraram pelo Pacaembu. No primeiro tempo, o centroavante Marcelo Nicácio fez um gol e quase se consagrou em outro lance; no segundo tempo,o velho Magno Alves deixou o dele. Para os corintianos, o mais bizarro não foi o visitante Ceará ter saído frustrado com o 2 a 2 do placar final. Incrível foi fazer festa para um gol sem querer assinalado por Defederico. O próprio argentino confessou que queria cruzar no lance salvador, aos 37 minutos do segundo tempo.

Depois desses dois jogos, realizados às 16h, o Cruzeiro entrou em campo, pimpão, achando-se presenteado pelo destino. Mas não arrumou nada diante de um aplicado Atlético-PR, que botou bola na trave de Fábio e por pouco não apronta. No fim, foi um zero a zero que deixou a Raposa exatamente onde estava, em terceiro lugar, a quatro pontos do líder Flu e a um ponto do Corinthians (que tem um jogo a menos que seus dois rivais)


No Engenhão, Botafogo e Flamengo também racharam uma pizza sabor consolação. O alvinegro, mesmo sem jogar nada do primeiro tempo, ia "achando" uma vitória graças ao gol de Lucio Flavio, em magistral cobrança de falta à la Zico. Já os rubro-negros encontraram o empate em uma bola que parecia perdida, dominada por Alessandro perto da linha de fundo. Mas Angelim insistiu, o botafoguense se enrolou e o juiz marcou pênalti.


Petkovic cobrou e Jefferson defendeu, mas Léo Moura marcou no rebote. Tudo igual, ruim para os dois. O Botafogo permanece em sexto, a seis pontos do G-3. O Fla está em 15º lugar, quatro acima do sarrafo da zona do rebaixamento, e deve começar a semana com novo técnico.


No clássico entre Santos e Palmeiras, na Vila, ninguém riu por último tampouco. A camisa 100 de Neymar, marcando marqueteiramente o que já foi seu 101º jogo pelo Santos, ficou meio fora dos holofotes. Valdivia, que fez bonito na assistência ao gol de Kleber, acabou chamando mais a atenção em campo - e na saída dele também, pelo beicinho de pirralho ao ser sacado por Felipão, aos 41 do segundo tempo. O empate do Peixe veio em uma jogada genial de Alan Patrick cuja conclusão só entrou por causa do desvio infeliz de Danilo.

Em Porto Alegre, só alegria. No Beira-Rio, um Colorado com reservas fez 3 a 0 no Guarani e ficou menos longe do topo: agora voltou a ter oito pontos a menos que o Flu. Já o incrível Grêmio, cada vez mais líder do returno, trouxe um belo 3 a 0 do Barradão. Agora vai tranquilinho receber o lanterna Prudente.

Se o empate entre Avaí e São Paulo pode ser definido como um tremendo zero a zero, com prejuiízo para os dois sócios, o jogo no Serra Dourada entre Atlético-GO e Atlético-MG foi o carrossel de emoções da rodada. Quando o jogo estava 2 a 1 para os rubro-negros, e o peso trágico do mundo já estava vergando os ombros de Dorival Júnior e da torcida do Galo, o zagueiro Réver acertou uma bicicleta daquelas que dois ou três que vão acertar na vida inteira. Empatou o jogo. E aos 47, em bola chorada que o zagueiro salvou em cima da linha, voltou, bateu no goleiro e entrou, veio o 3 a 2, creditado a Ricardo Bueno.

Com o resultado, o clube mineiro ficou a um ponto de seu xará goiano, que visita o Flamengo na quinta-feira. E o Galo recebe na quarta o Corinthians, para testar se o despertar do pesadelo foi mesmo pra valer.

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